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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dona Cegonha


Prazer, sou Dona Cegonha. Você já deve ter ouvido falar muito de mim. Não vai se lembrar, mas foi uma cegonha que levou você para a sua mamãe e seu papai. É isso mesmo, trabalho com entregas. É como o trabalho do carteiro, só que ele entrega cartas; eu entrego bebês. Trabalho dia e noite para atender a demanda, mas não trabalho sozinha. Assim como eu, são milhares as cegonhas fazendo entregas por esse mundo afora. São tantas cegonhas pra lá e pra cá no céu, que até semáforo e briga de trânsito tem por lá. "Bi bi, vamos logo, estou atrasada. Esse bebê era para ter sido entregue há pelos menos meia hora". "Anda logo sua cegonha lenta, meu bico está até envergando de tão grande que é esse bebê". "Sabe como eu faço para chegar na Maternidade Bebê Feliz?" E é assim o dia todo. Como as entregas têm hora marcada, eu já tomei várias multas por excesso de velocidade. Isso não é legal, mas não gosto de atrasar para não deixar papai e mamãe aflitos. Na fábrica, a produção não pára nunca. Bebês meninas para um lado. Bebês meninos para o outro. Na fralda de cada um deles tem o nome do papai e da mamãe, a data, a hora e o endereço de entrega. Tem vezes que dois ou três fazem parte de uma só encomenda, e então para essa tarefa são recrutadas as cegonhas mais fortes. Elas passam o dia na academia, malhando o bico, para aguentar o peso quando chamadas. Em casos mais raros, 'cegonhas carretas' são recrutadas para levar mais de três bebês de uma vez só. Eu já fui uma dessas cegonhas malhadas, entregadoras de gêmeos e até trigêmeos, mas hoje, já no auge da aposentadoria, estou abrindo o bico, e só faço entregas express. "Gugu Dada". Preciso voltar ao trabalho, tem um bebê me chamando. Eles ficam felizes quando me vêem chegar. É porque sabem que logo estarão quentinhos no colinho da mamãe. Mas o que nunca consegui entender é por que quando lá chegam abrem o berreiro. Desculpa aos papais, mas modéstia parte, talvez seja a saudade que sentirão de mim, e eu deles. Ossos do ofício. Bebê entregue, dever cumprido. Mas o que eu queria dizer é que tenho o melhor trabalho do mundo. Entrego bebês e faço sorrisos. É minha a responsabilidade de ser portadora da felicidade e do futuro da humanidade. Ah, meu salário? Cifrões de alegria. 


5 comentários:

  1. Lu adorei esse conto...Eu amo a dona cegonha,pois ela que trouxe as coisinhas mais importantes da minha vida,FERNANDA E BEATRIZ!!!!
    Parabéns!!!Bjão!

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  2. Que sonho esse conto!!! até chorei acredita? putz tô A sentimental rsrsrsr
    Um grande beijo
    Kaka

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  3. Amei esse conto...Espero que a Dona cegonha me visite ano que vem e venha com um modelo feminino,hehehe
    Meu tesourinho ela trouxe com alguns dias de antecedência pegando a mamãe aqui no susto, mas amei esse presente que ela me trouxe há dois anos atrás,hehe

    Bjs

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  4. Mais uma vez li seu texto com um sorriso nos lábios, Lu. É um presente lindo mesmo que provora um mulhão de sorrisos e alegrias para toda uma família com vovôs orgulhosos e vovós babonas....Para uma mãe como eu, provocou agredecimento (a Deus e Nossa Senhora) e, claro, algumas lágrimas de alegria. Para o papai? Espanto e alegria...rs. Os homens só se sentem pai quando ouvem o chorinho da criança no parto...é engraçado mas todos são assim...Amei relembrar a mágica sensação que tive há 1 ano e 2 meses...rs

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  5. sabe é a rpimeira vez que venho aqui, e adooorei!!! que conto lindo mais lindo!
    e a dona cegonha trouxe pra mim o presente mais lindo e preciosos do mundo: Anna Laura!!!
    beijooooxxx

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